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terça-feira, julho 19, 2011

MEMORIAS DE UM DIRETOR DE ARTE LESADO

Boca do Mundo

Publicado em 17 de junho de 2011 por sputnik

O Boca do Mundo de hoje conta com o depoimento do Diretor de Arte Oz Nóbrega, vai que espaço é seu Oz.

MEMORIAS DE UM DIRETOR DE ARTE LESADO

Foi em janeiro do ano de 2008, aos 45 anos, que me dei conta da fragilidade da vida humana ao ser pego de surpresa enquanto trabalhava por um aneurisma cerebral que ocasionou um AVC-H, vulgo derrame cerebral. Foram 32 dias de sono e torpor num coma induzido que ajudou-me a cicatrizar a ferida em meu lóbulo temporal esquerdo do cérebro. Minha estada no hospital não foi sofrida, tão pouco traumática, pois vivia a maior parte do tempo sedado.

Mal sabia que enquanto descansava inconciente era tramado algo maior para mim, que me tranformaria em uma celebridade viva da solidariedade, um incrível evento musical chamado LIVE OZ, que contou com a presence de artistas do caliber de MARCINHO EIRAS, RUSSO, PAULO MEYER & THE BURNING BUSH e outros. Foram 3 edições memoráveis, na qual participei como espectador nas duas últimas.

Logo que voltei para casa começou o processo de reabilitação neuro-motor com fisioterapia e fon oaudiologia. Progredi rapidamente e em menos de um mês havia recobrado minha voz por completo tal qual era antes, bem grave. Haviam muitas dúvidas no processo, pois a reabilitação não é previsivel e cada humano reage ao tratamento de forma distinta. Em 6 meses fiquei de pé e em um ano andava com ajuda de bengala.

No meio desse tempo peguei alguns freelances, mas não recebi, imagina: deram cano no aleijadinho! Sim!

No ano seguinte me dediquei exclusivamente à minha reabilitação na AACD e recobrei 90% dos movimentos da perna direita e uns 20% dos movimentos do braço direito, lembrem-se que a parte esquerda do cérebro comanda o lado inverso do corpo e vice-versa. Embora eu seja canhoto.

Em 2010 tive alta da AACD e me preparava para voltar ao Mercado Publicitário, fiz alguns freelances, muitas entrevistas, várias promessas de empregos, mas muitas incertezas. Lógico que não sou tão rápido como antes, mas meu conhecimento adquirido ao longo de 30 anos de mercado continua preservado assim como minha memoria.

Em 2011 veio o desafio de assumir a direção de arte em uma agência no Morumbi aonde finalmente vim morar, mas por motivos internos da empresa não fiquei no cargo. Após esse incidente me foquei mais em detalhes da minha reabilitação agora retomada no Instituto Lucy Montoro.

Agora me vejo entre esperar uma possivel aposentadoria por invalidez ou tentar novamente em outro lugar ou trabalhar no regime home-office, que seria o mais adequado.

Oswaldo Nóbrega é Diretor de Arte freelancer.
E também escreve no blog: http://mrozblog.blogspot.com/

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